domingo, 9 de agosto de 2009

volver

Velha nova casa --> suplicarouca.blogspot.com

domingo, 14 de junho de 2009

Adeus velho mundo, adeus

Perdi meu caderninho, Luiz. Alguns nomes se perderam, outras negligenciei a escrita. Quando se é um deus ou mochila e tênis, todo resto é ilusão (menos o chulé). Talvez seja mais genuínio a visão de que eu tivesse cruzado o Boulevard St Germain sozinha de ponta a ponta e no fim desse de cara com o Cortázar estampado na capa de um livro de 0,20 centavos de euro, acervos riquíssimos em francês, entre outros novos ritmos: um grupo de street dance divertido e outro de tambores-pulso. Teorias matinais, paciência, a visão das sete escalas, Ganesha, a fotografia vermelha da Índia. Talvez o átomo em Bruxelas fosse inimaginável quanto um bairro-macho-muçulmânico onde eu me visse sozinha, passando, com empinação de pugilista. Quem sabe Amsterdã se torne mais democrática em outras primaveras - e que eu volte lá de bicicleta e sem fumar. Em Praga, flashs diluídos em uma noite de chuva, as bruxas, as esquinas desabitadas, os vãos entre as portas, seu cabelo molhado, o tênis encharcado, a visão noturna de tudo que em mim resistia, leve e insustentável, a la Kundera. Tudo isso visto daqui do banco onde desfecho, em uma bicicleta qualquer de Berlim.

Talvez Londres fosse mais distante vista daqui.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

See you Buda-pest

Eu nunca sonhei com você, recuerdos de Chico a todo instante nas vitrines vendo o filme passar
Os piscinões do Danúbio (Szechenzyi, Rudas - thermal baths)
Meu luckies-light a 600 forints, kohh-sey-non
Os castelos de Buda, a ereção de Peste
Remanescências comunistas, os buracos dos vândalos, a noite, as garotinhas frenéticas
Deslizando com Amélie Poulain na pista, para toda a graça do Neto
As húngaras, já dizia Chico:
Sok,tah keh. F all-knee Ozz arshe sure randy?
Se eu te confiar os olhos, se eu beber um pouco mais, se você me fizer pulsar, acreditar outra vez
Palavra de mulher, eu vou voltar
, in Ópera do Malandro

sábado, 16 de maio de 2009

eu ando pelo mondo (Italy)

Um sopro na torre-de-Pisa
Na madrugada "Dios perdona, yo no"

Napoli
Bangladeshianos tomam o centro com seus comércios intermináveis
Perguntou tem que pagar
XIX century architecture
Descendo e subindo a Via universitá
Briga entre italianos no metrô: quem fala mais alto? No máximo um peito-a-peito
De volta para o seaside (da perda e recuperação da cor)
Hill of the Volmero
Alerta de erupção(Versuvius), atividade regular
Sequência de praias-de-pedras: Sorrento, Meta, Seiano
A hospitalidade italiana "vem comigo"
Música-brasileira de carona para Celeste
Uma tarde em Itapoã para Franchesco
Toda mulher deveria merecer um gondoleiro de Veneza
Pagando-a-promessa-que-eu-não-fiz em Roma: Vaticano
Roma-Palíndromo banalizado
Firenze Santa Maria Novella

terça-feira, 12 de maio de 2009

eu ando pelo mondo (France)

Volei de praia do Brasil em Montpellier
Desodorantes de cinco euros
Litoraneas: O sul da França é bege, tudo muito límpido e organizado, supomos. Bege e azul bem passado
Velhas branco-avermelhadas (roupas de escoteiro) em escussão entopem os vagões do trem - não há vagas - descem todos em Mônaco para um Grand Prix, associo
Os franceses nao entram em muitos detalhes
Nice e meio fechada e blasée
Casual no Mc Donalds (Maquidoni) com gay vegetariano de Los Angeles

puis plus (...)

eu ando pelo mondo (Spain)

Barcelona
O coro da torcida do Barça
As curvas psicodélicas de Gaudi
As tetas inusitadas do seafront (incluindo as da Rafa)
Sedentos inescapáveis vendedores de suvenirs
Onde fica mesmo o mercado de La Boqueteira?
Mercadona supermercat

entonces tiene más (...)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Moça, oh moça, não come fish and chips não

Wembley Stadium, sábado, 18 de abril. O chef da cozinha do estádio coça o cu com a mão depois empana o fish no molho e na farinha. Depois de frito, o peixe é pego com a mesma mão. As chips então... Garotos, eu vi.

Cerca de três fins de semana antes, estava eu lá no mesmo lugar - escalada para assistência de cozinha. Eu até diria que você deve comer um hot-dog inglês (pão e salsicha fedida) por 6 pounds na área VIP do estádio e ter garantida a eficácia dos padrões de limpeza de cozinhas do tipo industriais quando na "carrocinha" só se vende cozido isso. O cuidado com a salsicha é tamanho quando só se tem ela. Ou quando a área é VIP. Sim, ela foram cozidas a temperatura de 72 graus. Verificávamos com o termômetro. Sim, usávamos luvas de látex. E lavávamos as mãos (ou trocávamos as luvas) de hora em hora. A supervisora por quando em vez punha ali sua mão (nua) a verificar as salsichas ainda cruas, mas nada ascéptico.

Neste fim de semana último, lá estava eu outra vez - pulseirinha demarcando minha cozinha Y-153. Desta vez o espaço era maior. Era mais perto do gramado, mais perto dos torcedores fanáticos e um pouco mais distante dos padrões de higiene. Na parte da frente, nada que demarcasse assombro aos supervisores e as noções de limpeza. Na parte de traz, lerê, do refrigerador escorria uma água esquisita que planava no chão, as vezes pisávamos nela - no caminho para pegar ou o peixe, ou a galinha, ou as batatas. Fui apresentada ao chef; eu, e uma indianinha safada que mais tarde iria me mandar fazer serviços que eram ordenados à ela. Indianinha safada, repito. Meu trabalho era entrar no refrigerador, pegar uma caixa, abrir o saco (de chicken ou chips) e colocar no óleo. Seis ou sete latões de óleo a ferver. O chef tinha alguns dentes a menos e uma puta cara de marinheiro popeye. Enquanto isso eu escorregava no óleo que pairava no chão enquanto recebia instruções intermediárias de como tirar e por a batata pela indianinha safada.

A primeira coisa que perguntei foi pelas luvas de látex. O chef testava a temperatura batata comendo-a. Ou enfiando o dedo e rasgando-a no meio. Eu tentei achar um caminho ali - olhando pela cor dourada que se aproximava. O fato é que esse chef, a exemplo dos padrões de higiene acima descritos, enfiou uma de suas mãos na parte de trás de sua calça e inicou um movimento de coçar o cu. Meninos, eu vi. Nada de luvas, nada de papeizinhos umidecidos. A mesma mão foi direto para a bancada dos peixes, e lá se foram os coliformes fecais por todo aquele peixe que logo em seguida era vendido pela quantia de 6,50 pounds, incluindo as chips.

E tenho dito. Da cozinha é que se vê a comida que não se deve comer.
Chelsea bate Arsenal por 2 a 1, mas isso eu não vi.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ch-ch-ch-ch-changes

Just gonna have to be a different man
Time may change me
But I can’t trace time

(David Bowie)

Tudo mudou de lugar. O endereço, o quarto, a cor do céu e o cheiro dos lençóis. Passei também de 24 para 25, para graça ou não de saturno – corre o prazo de minha validade. Cronos, babe, teve que ser destronado, teve que sacrificar a fantasia. Já um tanto quanto calcificado, sozinho eremitando, segurou uma lanterna na mão e disse: o tempo vence todas as lutas.

G20: os vinte e os mais-de-vinte feridos. Eu deveria ter fotografado, dona história. Eu estava ali perto. Você deve perceber que a mudança foi tão brusca que eu nem tive tempo de ler o que estava escrito. Mas eu vi o sangue jorrando no caminho da calçada, os pingos, cada vez mais poça, fui seguindo, no fim lá a carne da perna um pouco mais pra fora que pra dentro. Suponho ser uma das vitimas (do confronto, das facas cada vez mais afiadas ou de um desses táxis afobados). Ali perto do da estação de Tottenham Court Road, dona história, mais um sem-nome por ti será devidamente esquecido.

Eu estava procurando emprego olhando pra cima ou para os lados, entre os buildings, pensando a próxima porta a bater, a imensidão das portas, o quão velhas são, o cheiro que exalam, os vagos, eu, amontoados de vitrines que me deixavam mais à toa que um salva-vidas sem verão. Daí que o cara me vem de fronte, bem rosado, me aborda com essa história de modelo capilar para teste, cuts & styles. Acho que algo estava morto em mim. Enquanto policiais e manifestantes se entrosavam eu estava tendo um-dia-de-princesa.

Eu fui parar em uma academia de hairdressers bem ali no centro de Londres. Toni&Guy. Cinco ou seis andares de luxo e glamour. Tive o cabelo analisado por pelo menos uns quatro veados estilizados. Perda e recuperação dos fios. Depois cerca de um quarto deles cortado. Meu premiozinho de consolação - sempre tenho um gay pra me erguer a mão. Acho que meu cabelo estava morto e eu mesmo que o devo ter matado. Vez em quando era preciso uma mudança rápida e eficaz, algo que desse efeito imediato. Eu tentei. Esse novo corte deu vida e movimento aos fios, disseram os veados estilizados. Meu glossário de evangelização me diz que isso chama-se providência. Talvez eu devesse partir, da próxima vez, com minha tesoura compactada a meus braços, a la Eduard. Porque sim, dona, o trabalho é braçal.

As coisas definitivamente mudaram. O gay-boss-ex-drag-tatuado-musculoso-cara-de-macho disse afetado: se você não vier está demitida. E eu não fui. Puro estafo. Vocês me foderam por trás garotos, típico de vocês. Devia ter esperado. Era do meu direito, lerê. Eu que com as mãos carreguei a massa pra colar teu tijolo, camará. Tem mão do Brasil que eu sei, aqui representado por bitchs que ascendem carreira pagando-pau de VIP (veado-importante) e desfazendo de mother tongue. Se fodam aí vocês. Se fodam com seus pensamentos viciados, sua moral de rebanho e seu dinheiro que tem comprado e corrompido a moral de muitos de seus funcionários. Aqui, ou em qualquer lugar do mundo, essa é a parte que te cabe desse latifúndio. Ok, cabeças vão rolar e continuam rolando.

Mas o buraco do coelho é mais embaixo... Bem mais. A viagem ao centro de terra, o êxtase de Alice, o gozo da Hilda, cair e levantar - o novelo do Cortazar, o insight, um novo plano, esse bonde chamado desejo, essa coisa da bondade dos estranhos)... Essas pequenas certezas diárias, essas confirmações de que tudo estava acontecendo como deveria, sempre, babe, sempre erguer a cabeça e os punhos - e ir ter com os tijolos, ter um plano, um pneu ou um cavalo, um coringa, algo que te leve, (outra vez) uma canção do Bowie (sempre)...



Cause hope, boys, is a cheap thing...

quarta-feira, 25 de março de 2009

uma vela para Damien

Dez pra sete da manhã, ainda na vibração do cão-sem-sono arquivo flashs descontínuos, ainda com sentido embassado.

Crueldade e luxo, dois pólos aparentemente distintos - nítidos separados - encontram-se no shopping mas desprezam-se visualmente. É preciso ter muito músculo mesmo, tabaco e culhões. É preciso saber a velocidade da bala. Putinhas tomam a direção e o rumo dos dias que nascem depois das danças. Madame-mídia. Satanismo. Não entregar tudo. Nunca. Eles punirão suas ações diferenciadas. Eles querem o seu sangue. Você precisa aprender a dizer não. Você acaba aprendendo a transubstanciar - choro engolido, silicone, raiva. Figuras medíocres e grotescas sem o menor roteiro. Narcisos. Racismos.

Quem foi que disse que não tem miséria no velho mundo?

terça-feira, 24 de março de 2009

Monday is the busiest night in Heaven, so...

This is the rhythm of the night:
Brasileiros estúpidos desconhecem as iniciais do proprio nome - no english - transexuais do oriente – sunshine in an empty place, oh yeah - seguranca a serviço da antipsicotropia - soco no balcão (lá vem o Brasil descendo a ladeira) - napas nervosas vietnamitas – animais sedentos – a experiência antropológica - onde foi mesmo que eu deixei minha paciência quando nasci?

O dinheiro corrompe o homem – e a mulher
E tem gente que se vende por tao pouco
Por pura pobreza de espirito e falsa idéia de poder da libra

Por cima ou por baixo de tudo isso
Depois das sete da manhã
O corpo tende a dormir sentado
O cerebro tende a se fixar em um unico pensamento.

Eu tento pensar no poder da mente
E no poder dos punhos do escritor
Ou do pugilista.

quinta-feira, 5 de março de 2009

comitiva-esperança

... e é como se sentir um cowboy involuído que ainda não chegou ao Mundo de Marlboro. Que o Mundo de Marlboro fosse um entre mil outros a se alcançar (já que a tarefa de um cowboy é mesmo cavalgar e cavalgar e ter com os bois e as manadas e ainda superar as adversidades do tempo)? Os cowboys, baby, não tem tempo para pensar como vão chegar aondem querem chegar. Eles simplesmente vão, a cavalo, à moda oeste (ou leste), por cima ou por baixo de tudo isso. [Com tempo hábil para olhar o horizonte e fazer um bom e velho paper cigarette]. Intuitivamente seguem a linha do sol, sem titubear.


Rafa, essa é pra você.

a experiência burguesa

‘- Não existe boa influência – respondeu Lord Henry. – Toda influência é imoral – imoral do ponto de vista científico -, porque influenciar uma pessoa é dar-lhe sua própria alma. Ela já não pensa com seus próprios pensamentos nem sente suas próprias paixões. Suas virtudes não são reais para ela. Seus pecados, se existem tais coisas, são emprestados. Torna-se um eco da música de outra pessoa. O objetivo da vida é o autodesenvolvimento. Cumprir a própria natureza perfeitamente – essa é a razão por que estamos aqui. As pessoas têm medo de si mesmas, hoje em dia. Esqueceram-se de seu principal dever. Claro que são caridosas: alimentam os famintos, vestem os mendigos. Mas suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. O terror da sociedade, que é a base da moral, e o terror de Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam. Mas eu acredito que se um homem vivesse sua vida completamente, desse forma a todo sentimento, expressão a todo pensamento, a realidade a cada sonho, acredito que o mundo ganharia um impulso novo de alegria. Mas o mais corajoso dos homens tem medo de si mesmo. Cada impulso que lutamos para estrangular aninha-se na mente e nos envenena. O corpo peca uma vez e não tem nada mais a ver com o pecado, pois a ação é um modo de purificação. Nada permanece, a não ser a lembrança de um prazer ou desgosto. A única maneira de se livrar de uma tentação é entregar-se a ela...’ Oscar Wilde, O retrado de Dorian Gray

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

minha avó já me dizia

não vá minha filha. é muito longe. e eu fui. quantas vezes? eu continuo indo, sem medo. continuo de longe com a mesma certeza - não existe mundo de Malboro, nem vermelho mais sense que o do olho. é preciso ir, grandma. por baixo ou por cima. little miss sunshine. mesmo sem carro ou cavalo. mesmo sem cigarro. é preciso ver o mondo, deitar no sofá do estábulo, ver o morto, rodopiar e encontrar as pessoas, as pontes e os muros. o deserto. e também a multidão - talvez as mesmas pessoas. ver sangrar o boi, ou a virada do ano. o retrato de dorian gay, um lord sem importância. eu não deixei de ser cowboy por ela nem parei de viajar porque você queria que eu ficasse tomando sua sopa aguada. sem chororô, chuchu. temos mais, muito mais pizza, suco de cramberry + tatuagem de plexo + olfato aguçado (ou são os cheiros mais fortes desse lado?) + livros + botas - feijão ... temos de transpor a barreira, a língua, os corpos, o tijolo, os dias mornos. ver o gato, atento pelo rato, na cozinha, na onda do cheiro, com as músicas e a manteiga, os copos, as fotos - o homem e as viagens. mas aí meo, preguiça de não ter que ser eu, de levantar da cama nos dias mais nublados, de fazer sala na tua cama. de qualquer forma olhe pra cima, não tem nada no chão! no celular uma chamada não atendida. era a rotina. foi um engano. depois veio o sol. sim, é preciso acordar do sonho e passar a manteiga no pão. e ter com as peles, o vento e o repentino e tudo aquilo que faz o mundo acontecer, principalmente os laptops e os cheiros bizarríssimos (vai tente imaginar um cinzeiro mofado pregado num couro de peixe-boi). sim, eu vou dormir no night bus enquanto você fala do Obama. Hank Dorian. sim (+ os fodidos poemas do Bukowski). e vou entender no fim o que você quis dizer com tanta coisa deveras adequada para "essas alturas dos campeonatos". nem começou o jogo, why you so serious? vamos lá, se é pra ter certeza que seja com classe. chega de firulas, batman. dorian, veja o que aconteceu a narciso. vamos lá: não tem nada de futebol, darling, nem de carnaval. é verdade: brasileira paga de puta de graça. pregaram o cartão da minha bunda murcha na bandeira de um brasil que eu nunca vi tão gostoso. fala sério. explica esse negócio aí direito. tá, vou falar que nem o buk: tudo é passageiro e "você está demitido". e relaxa aí - tenho certeza que você tem um rebolado. ok, next - says the bitch, says the rich. tem a notícia e tem o silêncio das noites feitas pra sentar e escrever. deitar e escrever e ouvir e falar - como se o dentro fosse fora. e como se tudo fizesse sentido. e faz. fique calma, nem tudo precisa ser dito. sim, sempre mais escrito que dito, e mais cantado que tudo isso. vontade: a espada e o escudo. e você tem somente alguns anos para viver. não, dorian, nada, para mim, (nem você) é perfeito ou eterno. só o que está impresso, o valor das idéias e as canções do Bowie. ok baby, dont play the game all time.


I recall how we lived
On the corner of a bed
And wed speak of the swedish room
Of hessian and wood
And wed talk with our eyes
Of the sweetness in our lives
And tomorrows of rich surprise...
Some things we could do

In our madness
We burnt one hundred days
Time takes time to pass
And I still hold some ashes to me
An occasional dream

And wed sleep, oh so close
But not really close our eyes
Tween the sheets of summer bathed in blue...
Gently weeping nights
It was long, long ago
And I still cant touch your name

For the days of fate were strong for you...
Danced you far from me

In my madness
I see your face in mine
I keep a photograph
It burns my wall with time
Time
An occasional dream
Of mine



(David Bowie, An occasional dream, Space Oddity)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ano do Boi

Calendário Chinês. Orientais entre outros seres oriundos das mais vastas bocetas do universo lotam o centro da cidade. Este é o ano do Boi. Frango agridoce, pasteizinhos de porco, camarões semi-crus, cogumelos e óleo passeiam pelo estômago na virada das horas finais. Balões vermelhos.

Carnívoros vastos, sedentos pelo novo. O fim. O começo. No começo era neve surpresa feliz. Cena de cinema: guerrinha de bolas gélidas. Cenário-fotografia. Depois o desespero. No services operating in all London Transports. Ciclo-neve. Bola de neve.

Aqui (cena de cine-drama): eu atolada. No buses. No trains.

Três meses sem bife. O boi que não comi. Pagar o pato. Pagar o gado. Com sangue.

E como eu ia dizendo (ler post abaixo). O inverno chegou e tudo parou. Eu pensei em derretimento das calotas, estoque de alimentos e no day after: 30 cm de neve. Prévias do noticiário. Heavy snow specialy in the south. Máxima prevista: um grau.

A casa do boi - tratores removem a neve, motoristas tentam empurrar seus carros. Em vão. Neve está para vida-metrópole assim como Caim está para Abel.

Este é o ano do boi. Da vida, as vacas. Tenho dito: a Rainha de Paus há de ser muito cavalo.



Cine-neve - domingo (01/02) - por volta das 21h


Voltando pra casa - domingo (01/02) - por volta das 23h


segunda-feira (02/02), por volta 7h da manhã

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Here in London we have no sun but we have pubs

vodka-rum-whisky
coca-soda
irish cream

sofás

cider-cerveja
tequila-gim
high-duble-drink

cadeiras e banquinhos

coca
scott
vinho
ice

dardo
sinuca
caça-níqueis

red bull-psicoativos

ácido lisérgico
alcalóides
sintéticos
anestésicos





segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"É preciso trabalhar o tchau." Arthur Trator

sábado, 3 de janeiro de 2009

Seres que não vêem a luz do sol

Técnicas para não esquecer: escreva tudo numa manhã de um dia de sol pois tudo lhe escapará no escuro por volta das seis.

- São duas horas da tarde. Raios solares. O sol. A luz. Lembranças em escala dos últimos dez dias. Mil anos a dez. Fast as you can. Rasgadas de frio.

- Feijão preto.

- Nos últimos dias o inverno chegou e as pessoas continuam indo, no frio, como se nada tivesse acontecido. Uma menina sorri de vestido curto e salto alto, nada mais. Me pergunto como. Como se nunca parasse tal qual 25 de novembro, o dia do transporte parar. Você tem que permanecer onde está, a não ser que pague um táxi-fortuna. Jean Charles já morou nesta casa. O transporte é o entre.

- Vai corre, filma e fotografa, que o ano novo vai atacar pela televisão! Desembarcando pelas entradas do metrô.

- Dentro dos clubs jovens possuídos vibram o primário. Please dont stop the music. Um nazista desesperado grita "fucking nigger". Ninguém vê. Ele caminha possuído pelo ônibus e tropeça em sua sombra. Sorrisinhos de canto de boca.

- Gerações de exus baixam no centro da cidade. Fogos-de-artifício. Portões fechados. Policiais a espera e um acto terrorista. Melhor hora não haverá. Passe-livre no centro da cidade.

31 dec - Under the arcle - between Embankment & Charing Cross


- Talvez você não consiga perceber que mesmo que o dia termine as quatro horas da tarde ainda há a noite pela frente, que também é dia. O frio das ruas, o cigarro, as luvas, as horas de trabalho, as bactérias dos casacos fedorentos, a poeira dos lugares e a sinusite.

- Este é o ano da Rainha de Paus.